A experiência de domingo foi fascinante. Os elementos que mais me impressionaram foram: a iluminação, os atores, o texto e a disposição de todos no palco. Sei que não entendo nada de teatro, mas fiquei realmente boquiaberta com a maneira simples de trazer para dentro da mente da platéia uma história, que, apenas lida, provavelmente não causaria o mesmo efeito. Digo isso, porque muitas pessoas não possuem o gosto pela leitura (o que não é o meu caso), e certamente, não aproveitariam o texto se o tivesse em mãos. Mas ali, ao vivo e à cores, havia uma compenetração e uma mistura entre palco e platéia incrível. Infelizmente, perdi o início da peça, mas, felizmente, não perdi a peça.
Adorei a iluminação porque parecia transformar o cenário por completo, porque cada movimento de luz transformava o tempo e o espaço. Sim, estranho, mas real. Em apenas um palco, em apenas um espaço pequeno houve dia, noite, sol, chuva, seca, tempestade... Houve aqui, ali e acolá. Houve passado, presente e futuro acompanhados de perto, assim, nu e cru, ao vivo.
Tudo bem, pode não ter sido tão emocionante para todos, mas pra mim foi inesquecível.
Também me impressionei com os atores, porque só me lembrei que eram apenas atores ao final da peça, quando se reuniram todos para os aplausos. Eu não sei muito disso, mas só o que eu sei é que quando me esqueço do ator e vejo apenas o personagem, deve ser porque ele atua bem. Pra mim o que importa não é quem representa, mas o que representa.
Gostei do texto porque era sofisticado e simples ao mesmo tempo. Era como um livro, mas um livro vivido, um livro muito bem contado. Isso me fez gostar mais da peça, porque adoro ler e adoro livros, e estando lá era como se estivesse dentro da história. Era como se a leitura que fica apenas em minha mente fosse representada lá fora...
E sobre a disposição do palco... Bom, depois de tudo, nem me lembrava que existia um palco a ser ocupado. Talvez porque ele estivesse completo, ou passasse a impressão de estar... Já não sei... Só sei dizer que foi incrível.
Agora só me resta ler a obra de Guimarães Rosa para me entusiasmar ainda mais a seguir meu sonho de ser escritora e dramaturga.
Estreou em 23/10/10, no TUCA - Teatro da PUCPR |