Na solidão busca-se um refúgio. E se o refúgio não vem
culpa-se a sociedade e todos os indivíduos nela viventes. Porque a solidão
resulta primeiramente de uma exclusão da sociedade. Os diferentes estão sós.
Aqueles que não seguem um grupo, que não se encaixam em nada pré-estabelecido.
Há
lógica por trás de toda exclusão, seja ela preconceituosa ou não. Mas o fato de
haver lógica não exime a sociedade da culpa, que nem ao menos é sentida.
Porém, ainda não existe uma
maneira aceitável de solucionar a solidão sem modificar o indivíduo, pois a
sociedade jamais aceita aquilo que é diferente. Até mesmo o solitário recusa o
contato com aqueles que ele considera muito distantes de sua própria forma. É
natural e humano não se sentir confortável diante de algo extremamente
diferente e ainda é impossível fazer com que o ser humano reaja positivamente
nestas condições. Talvez o constante contato faça com que a mente e a visão se
acostumem com o distinto, mas a surpresa da primeira vista jamais poderá ser
desfeita. Apesar do costume, de certa forma, incluir o excluído, ele ainda não é
capaz de fazer com que o excluído se torne extraordinário a ponto de ser o
preferido, ou mesmo, um dos preferidos.
Mas a exceção existe quando, nesse
mesmo grupo, já exista alguém diferente e, mesmo que disfarçadamente, excluído
e solitário. Pois alguns solitários sabem disfarçar bem a sua solidão,
insinuando algum tipo de normalidade, ou até mesmo, tentando modificar sua própria
essência para transformar-se num sujeito comum. No entanto, a mudança de sua
essência raramente é recomendada, pois os solitários, em sua maioria, têm
muitos méritos que poderiam ser bem aproveitados pela sociedade, essa mesma que
o exclui, mas que dele necessita.
Por último, ainda pode-se reconhecer que todo ser carrega
consigo uma espécie de solidão que, às vezes aparece e se instala, seja para
reflexão ou descanso. Pois é inevitável que toda encenação feita para a
sociedade não se mantenha integralmente com o indivíduo, necessitando de um
descanso para reaver o que ele significa para si mesmo e para restaurar seu próprio
ser, despindo-o das influências trazidas do mundo exterior (apenas as mais
insignificantes).
Portanto, a solidão ainda traz consigo uma espécie de oportunidade para o aprendizado de si mesmo e para o fortalecimento de sua essência. Cabe ao indivíduo saber lidar com ela, e dela retirar o melhor proveito, para crescer interiormente, contribuindo ou não para a sociedade.
Pintura de Edward Hopper |
Se vc realmente quer escrever: Saia de sua zona de conforto.. não se preocupe em escrever certo, mas sim escrever bem. Seus textos são apenas Paulo Coelho e Augusto Cury.
ResponderExcluirO problema é: e se esse for meu estilo?? Como modificar?? Eu gostaria mesmo de escrever decentemente e não como qualquer outro por aí, mas não sei nem por onde começar. =/
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