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3 motivos para ler "O conto da aia" de Margaret Atwood



Oi pessoal! Hoje falarei de um livro tão pequenino quanto chocante (pelo menos para mim): O conto da aia. Eu comprei esse livro em e-book e ele acabou sendo o escolhido do mês de abril no clube de leitura Leia Mulheres aqui da minha cidade. Fiquei feliz porque sabe-se lá quando eu leria se não fosse "obrigatório" kkkkk

A princípio eu não sabia muita coisa sobre a história, sabia apenas que se tratava de um regime totalitário e pseudoreligioso onde as mulheres eram divididas de acordo com determinadas funções. Assim, eu estava esperando um livro estilo Farenheit 451, mas a minha grande surpresa é que o livro está mais para Diário de Anne Frank, pois ele é como um diário, no entanto, não tem data nem "meu querido diário" e o leitor como eu (que não sabia nada da história) fica perdido até o final do relato da aia.

Claro que não perdi tudo, afinal, várias informações são passadas ao longo do relato que ela faz, no entanto, são informações mais pessoais e de coisas que acontecem ao redor dela, do que relatos de coisas que estavam acontecendo no país ou no mundo. Achei bem interessante esse tipo de narrativa e acredito que é realmente um conto, com certeza, não é um romance. Quer dizer, você começa no meio do caminho e termina sem chegar ao final (oi?) rsrsrsrs

Por isso também fiquei muitíssimo feliz por existir a série. E também porque só conhecemos esse livro por causa da série, dificilmente saberíamos de sua existência se não fosse ela, não é mesmo?

E se você quer tirar uma moral do livro, eu acredito que a maior lição é uma em que vou pensar durante todos os dias até a minha morte (rsrsrs): o quanto parece tão possível que esse mundo horrível criado pela autora exista em nossa realidade.




No livro, acompanhamos a aia Offred, narradora e protagonista da história, quando esta muda-se para a casa do novo Comandante (seu terceiro) a quem ela servirá. Não há nenhuma preocupação da parte dela em nos relatar historicamente ou de forma jornalística o que aconteceu com o país para chegar onde chegou e ela estar naquela situação, por isso, vamos descobrindo aos poucos, conforme ela vai lembrando do seu passado. Essas lembranças também não são cronológicas, quer dizer, acontece alguma coisa e ela se lembra da filha, acontece outra coisa, ela se lembra do que Tia Lydia diria, mais uma coisa e ela lembra como era antes da República de Gilead, etc.

Ao final do livro conseguimos obter um pouco mais de esclarecimento através de uma palestra em uma universidade muitos anos depois do final da República de Gilead (o sistema ao qual Offred estava presa). Nessa palestra um professor fala sobre os registros dessa aia que foram encontradas no fundo de um baú gravadas em fitas cassetes e, nem mesmo eles, sabem muito bem quem ela era, a qual Comandante ela servira ou como exatamente funcionava a sociedade naquela época.

É engraçado o quanto essa palestra ao final do livro dá mais credibilidade ainda sobre a história, como se ela fosse real e tivesse acontecido em nosso tempo. É como se algum estudioso estivesse falando sobre um registro encontrado de alguém que estava preso em um campo de concentração durante o nazismo. Acho que esse final também é grande responsável por esse realismo.



Vou dar três motivos para ler o livro e também assistir à série, mas vou trabalhar melhor as mensagens dessa história em próximos posts, porque não conseguiria falar sobre ele apenas uma vez.

O primeiro motivo para ler esse hino de livro é ter uma noção do que acontece em um país que foi dominado por um grupo extremista, porque, apesar de termos vivido uma ditadura militar, parece que o país esqueceu o que é isso. Sempre acontece em uma situação de crise, onde a população acha que uma solução miraculosa pode acontecer e passa a acreditar em um grupo específico com essa "solução". No entanto, a restrição da liberdade é a maior marca de um governo não democrático e, eu tenho certeza, ninguém quer ter sua vida restringida.

O segundo motivo é compreendermos o quanto a sociedade hoje em dia ainda quer controlar o corpo e o psicológico das mulheres, pois nós conseguimos identificar semelhanças entre as situações que ocorrem aqui e o que acontece ao nosso redor ou em algum lugar do planeta.

Por fim, o terceiro motivo é sentir medo. Parece um motivo irracional, mas o ser humano funciona assim, só evita uma situação se ela causa medo. Às vezes nem o medo é suficiente. Mas essa história faz você sentir um pavor real do que acontece quando se está em um estado totalitário e pior, faz você perceber que isso não está tão longe assim de nós.

Comenta aqui se você tem interesse em ler esse livro e o que espera.


Abraços!

  



  





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