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Morte súbita - J. K. Rowling

   
Adorei! Estava com muitas expectativas por ser o primeiro livro que li da J.K. depois da saga Harry Potter, mas não me decepcionou nem um pouco.

Como bem diz J.K.: "As questões sociais que abordo são relevantes em qualquer lugar: os conflitos familiares e conjugais, as tensões entre pais e filhos, o conflito ideológico entre a ênfase na autonomia e o apoio proporcionado pelas administrações", em entrevista à James Runcie (Fonte).

A história se passa no distrito de Pagford, localizado nas redondezas da cidade de Yarvil. São vários personagens, cada qual com suas características e segredos. A história começa com a morte de um dos membros do Conselho Distrital: Barry Fairbrother. Sendo que, com sua morte, abre-se uma vaga para o Conselho, que deverá ser disputada através de uma eleição.

Nesta disputa separam-se dois grupos. De um lado estão os antigos moradores de Pagford, que não gostaram da junção do bairro Fields ao distrito e querem que a cidade arque com as despesas, além da desativação da clínica de reabilitação Bellchapel localizada no distrito. Este bairro anexado é formado pelo que, aqui no Brasil, chamamos de casas populares, ou seja, casas entregues pelo Governo para famílias carentes, com bons descontos nos valores.

Do outro lado da disputa estão os defensores do bairro Fields e do bem que ele fez para as famílias que lá residem. Nesse grupo se incluía o falecido Barry. Com a morte dele as pessoas que eram suas amigas assumem a sua causa, mas nenhuma delas com tanto afinco quanto o falecido, pois defendem a ideia mais pela admiração e amizade que tinham, do que por realmente acreditar nela.

A autora apresenta os personagens de maneira gradativa, assim como seus problemas familiares e sociais. É interessante ler o desenrolar da história e perceber que, assim como na vida real, no livro cada família tem seus problemas e segredos, que não são jamais revelados à sociedade por vontade própria.

Depois de alguns desses segredos virem à tona muita coisa ainda resta acontecer, e o final da história nos apresenta uma tragédia que muda novamente o rumo da vida de todos os personagens. Achei muito natural a maneira como a autora trabalha este impacto na vida de cada um, mostrando que todos estão, de certa forma, interligados.

Este livro eu li em janeiro, mas apenas agora, quando fui revisar esta resenha, quis procurar uma entrevista que li na época, não achei, mas achei uma entrevista em vídeo que foi mais esclarecedora ainda.

Nesta entrevista (clique aqui para assistir), que ela deu no lançamento de Morte Súbita, ela menciona que a parte mais difícil de construir foi a estrutura, não dá pra duvidar nem um pouco, porque é incrível como ela conseguiu trabalhar com tantos personagens em tantas situações diferentes, sem deixar a peteca cair.

Como mencionado na entrevista também, e que eu não tinha pensado, a história não tem um personagem principal, todos tem seu destaque.

A entrevistadora ainda compara J.K. com os escritores russos, infelizmente não posso dizer se concordo ou não com essa afirmação, mas gostei muito do entrelaçamento das histórias no livro, então preciso ler os escritores russos.

Enfim, o livro é grande, mas vale a pena, só não espere algo parecido com Harry Potter.

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