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Comecei o ano viciada em Orgulho e Preconceito

Oi pessoal! Quanto tempo hein? Finalmente terminei meu estágio e minha faculdade e estou livre para curtir a vida hauahuahau Mentira, ainda preciso trabalhar para comprar o pão de cada dia. Mas me sobre muito mais tempo.

Mesmo assim, demorei para me adaptar e conseguir organizar todas as coisas que eu baguncei e não arrumei ano passado. Ainda sim, não queria desistir do blog, dos vídeos no YouTube e, muito menos, do meu livro. Sim, ainda estou escrevendo e se tudo der certo, até agosto eu terei terminado de escrever. Torçam por mim.

Mas agora gostaria de falar de Orgulho e Preconceito, a história que me deixou viciada nesse começo de ano.



Não sei se foi porque fiquei o ano passado inteiro apenas estudando e lendo pouquíssimos livros literários, mas esse começo de ano eu só queria relaxar e ler histórias felizes. Nesse intuito eu estava assistindo e reassistindo todos os meus filmes românticos favoritos, então resolvi reler Orgulho e Preconceito que eu havia lido não lembro quando.

Assim eu li, reli, ouvi e assisti filme e série, e acabei me deparando com a grande dúvida: porque raios eu amo tanto esse romance e desprezo os demais? Desprezar talvez não seja a palavra certa, mas o carinho que eu tenho por qualquer outro livro romântico não chega aos pés da quantia de amor que eu tenho por Orgulho e Preconceito.

Para você que não mora no planeta Terra e não sabe o que é Orgulho e preconceito, segue a sinopse abaixo.

Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso, mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista. Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína — recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu.



O resumo você pode conferir no vídeo que eu postei no YouTube. Não vou colocar aqui por motivo de preguiça mesmo kkkkk



E eu descobri porque amo tanto essa bendita história?


Acho que sim, mas nada impede de depois de um tempo eu pense que isso tudo é besteira kkk Mas vamos à primeira:

O amor de Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy não é a primeira vista


Isso me faz muito feliz, sério, isso me faz feliz de verdade. É uma alegria ter uma história assim inspirando tantas outras histórias. É uma alegria ver o amor sendo construído a partir do reconhecimento e da aceitação dos defeitos um do outro, por que eu acho que é isso que mais acontece na vida. Quantas vezes você se apaixonou por uma pessoa na primeira vez que conheceu e o relacionamento não durou nada? E quantas vezes você não foi com a cara daquela pessoa e depois descobriu que ela era legal pra caramba?
Além disso, a história também não segue aquele clichê do casal que se odeia desde o início, mas que você já tem certeza que eles, na verdade, se amam. Em Orgulho e Preconceito eles não se odeiam, eles apenas são indiferentes ao outro, depois o Sr. Darcy começa a admirar Elizabeth e, com muita relutância, vai percebendo essa admiração crescer e se transformar em amor. Por sua vez, Elizabeth o vê como arrogante e orgulhoso e tenta ignorá-lo, mas não consegue parar de pensar nas contradições de suas próprias crenças, pois ao mesmo tempo em que tenta se convencer de que ele é um ser vil, ela também parece saber que ele é uma ótima pessoa.

É fácil se identificar com os personagens


Não apenas ver suas próprias características nos personagens, como também identificar pessoas que você conhece. É muito divertido lembrar de pessoas da sua vida real parecidas com algumas características dos personagens. Além disso, é maravilhoso acompanhar personagens consistentes, que, apesar de terem um crescimento durante a história (ou não), não apresentam comportamentos que destoam da personalidade apresentada ou que pareçam artificiais.

Linguagem maravilinda

Apesar de ter sido escrito há 200 anos a linguagem dele é MA-RA-VI-LHO-SA e eu amaria escrever assim, mas isso está longe das minhas capacidades.
De qualquer maneira é muito gostoso ler o livro e logo você está se sentindo dentro da história e dentro daquela época - que eu ainda acho muito sofrida e difícil de viver, mas gostosa para visitar.

Coisas que as pessoas dizem e eu não concordo

Sr. Darcy é o homem perfeito

Discordo. Afinal o próprio livro nos mostra que ele tem defeitos e os releva para conquistar Elizabeth, aprende com eles, mas isso não significa que ele se tornou o melhor homem do universo, apenas que ele está tentando melhorar como a grande maioria dos seres humanos.
Além disso, no próprio livro Elizabeth diz a Jane:
"Se você pudesse me dar quarenta homens assim, eu nunca seria tão feliz quanto você. Sem o seu temperamento e a sua bondade, eu jamais posso ter a sua felicidade."
E podemos aplicar isso a qualquer relacionamento, ou seja, a não ser que você seja parecida com a Elizabeth, você poderia não ser feliz com o Sr. Darcy, ou não fazê-lo feliz.

Sr. Darcy é o sapo que Elizabeth transforma em um príncipe

Também discordo. Essa crença é o oposto da anterior, que põe Elizabeth como a mulher perfeita que consegue "corrigir" o Sr. Darcy. Após o amor de Elizabeth ele, teoricamente, se transforma no homem dos sonhos. Mentira!
Mentira porque está claro no livro que ninguém é perfeito, nem ela e nem ele. Eles melhoram sim ao longo da história, mas apenas seguindo o famoso arco do personagem que aprende alguma coisa durante a sua jornada. Porém, nada nos garante que os defeitos de ambos são exterminados após a história, apenas que eles tiveram consciência deles NESTE caso, ou seja, isso ainda poderá ocorrer entre eles e outras pessoas, pois o orgulho e o preconceito ainda estarão presentes.

É outra história tola com final piegas (feliz)


Primeiro eu gostaria de saber porque raios as pessoas gostam tanto de tragédia?? Será que tem a ver com o fato de que só damos valor após perder? Que saco!
A história é linda e o romance é lindo e tem sim um final feliz, poxa! Qual o problema? Será que os intelectuais adorariam ver a Elizabeth infeliz, a Jane infeliz e a Lydia perdida para sempre e dariam mais valor ao livro por expor a realidade da época?
Acredito que a realidade da época já está exposta, mas para quem tiver discernimento em perceber. A própria Lydia não casa por amor e é dito no livro que o casamento não é bom. A melhor amiga de Elizabeth também não casa por amor. O Sr. Wickham tenta o quanto pode se casar com mulheres ricas sem gostar um mínimo delas. Dentro outras várias coisas que nos deixam sim com a impressão de que foi muita sorte tudo ter acabado bem, ou seja, tudo nos leva a crer que, para aquela época, isso não seria nada comum.
Eu acredito muito no que a Jane Austen do filme "Becoming Jane" diz para a irmã, de que a vida já é muito triste e injusta, então todas as mocinhas dos seus livros terão finais felizes. Ou seja, eu não pego um romance para ficar deprimida e saber a realidade da droga da vida! Eu já sei que a vida é ruim, caramba! Posso ler um livro bom e feliz, por favor? kkkkk

Mas e as adaptações?

Talvez eu seja suspeita para falar das adaptações, porque eu AMO adaptações, mas espero que vocês consigam ter alguma ideia com base nas comparações que farei.
Eu só assisti o filme de 2005 e a série de 1995, então deixarei de fora possíveis milhares de outras adaptações que existem por aí.
Sei que existe uma série no YouTube, que eu comecei a assistir, mas não terminei, então também não falarei dela. Caso queiram assistir, segue o link do primeiro episódio.



A série da BBC de 1995 é a mais fiel ao livro, incluindo a visão que tenho dos personagens, suas atitudes e até o figurino.
Já o filme modifica vários detalhes e também a atitude e a característica de alguns personagens.
Acredito que o filme tentou adaptar um pouco o comportamento daquela época para não precisar explicar ou para que o público não assíduo da história não ache nada estranho. Por exemplo, no livro e na série vemos que era uma tremenda falta de educação ir visitar um parente distante sem ficar no mínimo umas duas semanas, também era comum ao fazer uma visita passageira que a pessoa sentasse, tomasse um chá e ficasse algumas horas.
O filme também trouxe um pouco de comédia e jovialidade a praticamente todos os personagens.


Sem contar as doses extras de paixão rsrsrs Acho impossível não se apaixonar nesse filme, afinal, ele foi feito para deixar o público caidinho pelo casal.
Eu amo o filme, amo a série e amo o livro, mas entendo quem gosta mais de um ou de outro.
Também fico pensando, será que se Jane Austen vivesse em uma época mais liberal, ela colocaria em seus livros essas doses de paixão? No filme "Becoming Jane" o par romântico dela (o galã lindíssimo James McAvoy) diz que, se ela quiser escrever como um homem, ela teria que conseguir falar sobre sexo em suas histórias, mas ela jamais fez isso, assim como nunca quis retratar os grandes centros urbanos.
James McAvoy e Anne Hathaway 💓💓💓
E é bem possível que se ela tivesse resolvido falar sobre sexo e centros urbanos, suas histórias jamais teriam feito o sucesso que fizeram, o que você acha?
Enfim, alguns "problemas" que eu vejo no filme - problemas entre aspas porque são apenas diferenças, mas que podem incomodar aqueles que gostariam de ver exatamente o que está no livro: Primeiro é o próprio Sr. Darcy, que no filme é excessivamente apaixonado (e apaixonante), porque após o primeiro baile ele está sempre com uma cara de sofredor, chega a dar peninha dele e vontade de entrar no filme e falar para Elizabeth toda a verdade.
E aí? Já se apaixonaram né? kkkkk
Em segundo lugar, fica o Sr. Bingley do filme que eu tenho vontade de demitir! Aff, mesmo se você não viu o Sr. Bingley lindo-querido-maravilhoso da série, o do filme já vai te dar uma gastura rsrsrsrs Ele não transmite a ideia de ser "tudo o que um homem deveria ser" que Jane fala para Elizabeth, mas sim de um cara sem traquejo social e muito atrapalhado. Talvez o diretor tenha querido dar a ele aquele toque de bobo apaixonado que não sabe o que fazer em frente a mulher amada, mas achei exagerado e desnecessário.
Por último, posso dizer que todos os personagens da série são mais fiéis e me agradaram mais a medida que eu me apaixonei pela história original, pois eles não me incomodavam tanto quando eu só havia assistido ao filme - então deve ser coisa de fã chato mesmo.
Com relação a série, só acho que a Elizabeth Bennet deles não parece apaixonada em quase nenhum momento. Talvez tenha sido apenas a minha impressão, mas ela parece, no máximo, feliz, agradecida e respeitosa. Tanto que no momento mais feliz, o finalzinho da série, em que ela e Sr. Darcy estão na carruagem, recém-casados, não pareciam um casal apaixonado, apenas um casal satisfeito, como se tivessem feito a coisa certa, ao invés da coisa desejada, entendem? O que vocês acham?

De minha parte, acho que era "só isso" rsrsrsrs

Obrigada e até a próxima.

  



  







Sites pesquisados:

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10 motivos para ler Orgulho e Preconceito

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