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Guia da Filosofia - Superinteressante Coleções

Outra revista/livro que tive o privilégio de assinar ano passado foi a Superinteressante Coleções. Na verdade é um livro em forma de revista que chega todo mês com um tema diferente. No mês de janeiro/2014 o tema foi Filosofia.

Fala sobre os principais filósofos/pensadores da história da humanidade com uma excelente linha do tempo. No final algumas reflexões sobre consciência e existência, algumas sugestões de leituras, de filmes, jogos, etc.

O guia da filosofia


Eu adorei o tema e adorei a revista. Deu um trabalhão fazer o resumo, porque é muita coisa já condensada e ter que condensar mais ainda foi um sufoco, mas eu consegui terminar e abaixo vocês poderão conferir o resultado. Eu recomendo para quem não entende nada de filosofia e gostaria de saber alguma coisa e, talvez, também para os entendidos que podem avaliar se a revista realmente fez um bom resumo ou não.

A revista inicia com um "FAQ filosófico" com as seguintes perguntas:

  • Sócrates existiu apenas na imaginação de Platão?
  • Platão teve um amor platônico?
  • É verdade que Santo Agostinho nunca foi santo?
  • Marx era um burguês?
  • Algum filósofo contemporâneo pode ser comparado a Platão ou Aristóteles?
  • É verdade que Nietzsche inspirou ideias nazistas?
  • Afinal, para que serve a filosofia?

As perguntas são bastante pertinentes e curiosas, mas vou deixar de respondê-las para seguir com o restante da revista. Afinal, é mais importante questionar do que responder... ou não?

A pequena explicação sobre cada filósofo está dividida cronologicamente em:
  • Era Pré-Socrática
    • Tales de Mileto
    • Anaximandro
    • Anaxímenes
    • Heráclito
    • Parmênides
    • Pitágoras
    • Górgias
    • Protágoras
  • Filosofia Clássica
    • Sócrates
    • Epicuro
    • Platão
    • Aristóteles
    • Sêneca
  • Filosofia Medieval
    • Santo Agostinho
    • Al-Farabi
    • Avicena
    • Averróis
    • Santo Anselmo
    • Pedro Abelardo
    • São Tomás de Aquino
    • Duns Scotus
  • Renascimento Filosófico
    • Dante Alighieri
    • Thomas More
    • Erasmo de Roterdã
    • Maquiavel
    • Montaigne
    • Giordano Bruno
    • Campanella
  • Idade Moderna
    • Descartes
    • Espinosa
    • Thomas Hobbes
    • John Locke
    • Francis Bacon
    • Montesquieu
    • Leibniz
    • Berkeley
    • David Hume
    • Thomas Reid
    • Voltaire
    • Rousseau
    • Kant
  • Filosofia Contemporânea
    • Karl Marx
    • Nietzsche
    • Hegel
    • Kierkegaard
    • Schopenhauer
    • Auguste Comte
    • Wittgenstein
    • Bertrand Russell
    • William James
    • Edmund Husserl
    • Sartre
    • Adorno
    • Hannah Arendt
    • Heidegger
    • Popper
    • Foucault
    • Rawls
    • Dawkins
    • Bauman
  • A Filosofia no século 21
    • Eu, quem é esse cara?
    • Por que estamos aqui?

Enquanto fui lendo a revista lembrei de alguns nomes que havia lido há muito tempo atrás no livro "Mundo de Sofia", além do tão citado Mito da Caverna, de Platão. Outro filósofo que me lembrava era de Nietzsche, porque li "Quando Nietzsche chorou" e adorei (ficando muito triste ao saber que a história foi inventada e que ele nunca conheceu aquele amigo que - esse sim - eu não me lembro quem era).

Mas enfim, o que apreendi de toda a revista/livro?

Que eu preciso estudar mais filosofia se quiser entender sua história. Não poderia tirar muitas conclusões porque é uma enorme quantidade de tempo e de conhecimento resumido em 65 páginas, como eu poderia resumir ainda mais?

No entanto, como guia eu achei ótimo, pois se algum dia precisar saber mais ou menos o que tal filósofo dizia posso consultar a revista e pelo menos vou ter uma ideia.

Outra coisa que me deixou intrigada é o fato de que a filosofia começou como uma disciplina extremamente generalizada e fez com que o homem pensasse e com o tempo acabasse fragmentando o pensamento para conseguir se especializar melhor, mesmo assim, até hoje, ainda temos perguntas que não conseguimos responder - que perduraram desde a mais remota época.

Na Era Pré-Socrática (7 a.C. a 4 a.C.) os primeiros filósofos se perguntavam de que o mundo e o ser humano eram feitos.
"Nada vem do nada e nada volta ao nada" era uma premissa básica para os pré-socráticos, o que significava dizer que o mundo é uma eterna reciclagem, tudo se transforma sem jamais desaparecer. (Guia da Filosofia, pg. 11)
Esses filósofos deram origem ao pensamento racional, que não acreditava apenas na religião ou na mitologia para aceitar a criação de todas as coisas, e foi por causa desse pensamento que começamos a evoluir nosso conhecimento gradativamente.

Dentro da Filosofia Clássica (5 a.C. a 1 d.C.) de Sócrates, Platão e Aristóteles as questões centrais estavam ligadas ao "bom, o belo, o bem e o justo" e enquanto os chamados sofistas defendiam que o homem ideal deve ganhar todas as discussões através de sua oratória e retórica, Sócrates acreditava que o importante não era vencer discussões, mas sim buscar a verdade das coisas e conceitos.
"O pai da filosofia distribuía perguntas pelas ruas da capital Atenas que desconcertavam os cidadãos gregos - O que é a beleza? Você diz que justiça é importante, mas o que é justiça? Por que você pensa o que pensa?" (Guia da Filosofia, pg. 17)
Engraçado que se alguém me perguntasse isso hoje eu não saberia responder (mais de 2000 anos depois...). Sou burra ou o quê?

Pelo fato de eu sempre ter ficado perdida no mundo sem saber a resposta exata para a maioria das coisas é que eu me identifiquei muito com o Sócrates ("Só sei que nada sei"). kkkkkk

A Filosofia Medieval (séculos 4 a 14) apaga um pouco do pensamento filosófico clássico, tentando buscar explicações racionais para a crença em Deus. Já no Oriente, a Filosofia Clássica ainda tinha adeptos, que mais tarde levaram suas ideias ao Ocidente e influenciaram pensadores como Santo Anselmo.

No Renascimento Filosófico (séculos 14 a 17) a intenção da maioria dos filósofos era "renovar" o pensamento do período medieval, o qual consideram bárbaro. Assim, o homem volta a ser o centro das questões filosóficas.
"Os pensadores renascentistas escreviam bem à beça. (...) O Elogia à loucura, de Erasmo de Roterdã, por exemplo, é considerado uma das sátiras mais brilhantes da literatura mundial." (Guia da Filosofia, pg. 31)
A Idade Moderna (séculos 17 a 18) concretiza a vitória da razão sobre a religião e dá início à integração da filosofia com a ciência (Idade da Razão). Os filósofos dessa época acreditavam que o homem era um ser racional capaz de experimentar todas as coisas do mundo, racionalizando sobre elas e delas extraindo conceitos interpretáveis e explicáveis.
"Com a Crítica da Razão Pura, (Immanuel) Kant coloca um freio no afã racionalista ao demonstrar como e por que nossa racionalidade não é absoluta (ou não pode responder a tudo)." (Guia da Filosofia, pg. 37)
 A Filosofia Contemporânea (séculos 19 a 20) foi marcada pela separação de vários estudos da filosofia em disciplinas específicas. Se tratando de ciências humanas foram criadas a Psicologia, a Sociologia, a Antropologia, etc, que puxaram esses domínios para si e deixaram a Filosofia com as questões éticas, com o pensamento puro e, com reflexões a respeito da evolução e dos resultados da ciências.

Os pensadores também passaram a se aproximar mais da realidade vivida pela população trabalhadora (como a crítica de Karl Marx ao modo de produção). Já no século 20 a política finalmente voltaria ao domínio da Filosofia, com críticas às ideologias e às ideias de progresso.
"Será o homem realmente livre ou uma marionete da sua condição psíquica e social?" (Guia da Filosofia, pg. 49)
Finalmente chegamos à Filosofia no Século 21 e neste ponto não temos mais nomes de filósofos e sim duas questões que ainda rondam o imaginário humano e permeiam as discussões filosóficas mundo afora:

  • "Eu, quem é esse cara? É perturbador, mas não sabemos o que é, como surge e por que existe a consciência - e se tudo o que vemos e sentimos é realidade ou ilusão.
(...) 
  • Por que estamos aqui? Para entender por que existe o Universo no lugar do vazio, seria necessário conceber uma ciência capaz de capturar evidências físicas de uma realidade que extrapola as suas regras. Difícil." (Guia da Filosofia, pg. 62-63)
É isso minha gente, espero que vocês tenham gostado, quem puder compre a revista e quem não puder me peça que eu empresto (ou tente localizar na biblioteca da sua cidade que deve ter também).

Fonte




Comentários
3 Comentários

3 comentários:

  1. Nossa, fiquei curioso... Quero essa revista tbm.
    Eu comprei O Livro da Filosofia, da coleção Globo, e adorei (claro que nem li a metade ainda, mas adorei porque ele tem tudo isso e um monte de coisas sobre a filosofia e os representantes de cada período).
    Afinal, é sempre bom exercitar a mente em tentar saber de onde viemos, porque viemos, para onde vamos e mesmo: quem somos...
    Bjo Lidi.

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    1. Pois é, mesmo que seja um resumo bem resumido, é melhor do que não ler nada a respeito né hehehe

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    2. Nossa, com certeza, rsrs. Vale a pena sempre !

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