Ok, fiz de propósito, esperei para colocar a resenha do livro de Dan Brown após colocar de Umberto Eco, só porque o último desgosta do primeiro.
Mas afinal, após quase terminar de ler o livro de Umberto Eco eu cheguei à conclusão de que não tem como comparar, pois são tipos de leituras completamente diferentes, sem contar que Umberto Eco é um estudioso da linguagem e Dan Brown é... Deixa eu ver no Google... Parece que ele estudou história da arte e mais alguma coisa, enfim, ele é escritor.
Eu tenho a impressão que preciso de mais preparo para poder ler Umberto Eco, enquanto qualquer um na face da Terra, que saiba ler, pode ler Dan Brown. Enfim, não sei se entenderam, mas os dois são muito diferentes para serem comparados.
Eu nem lembrava mais que Dan Brown existia quando ganhei este livro de presente de aniversário, agora o único livro dele que me falta ler é "Inferno", mas não estou com vontade ainda, kkkkkkkkk.
O símbolo perdido é mais uma aventura de Robert Langdon,
simbologista famoso e professor de Harvard, além de herói charmoso. Desta vez
ele se vê envolvido nos mistérios da maçonaria para conseguir resgatar seu
amigo, Peter Solomon, de um sequestro.
O vilão da vez se chama Mal’akh e, como em outras aventuras
de Langdon, este também é um vilão maluco e fanático, que acredita existir um
tesouro maçônico escondido na cidade de Washington.
Robert Langdon vai contar com a ajuda da irmã de Peter,
Katherine Solomon, para desvendar os mistérios escondidos na cidade. Os dois
sempre sendo perseguidos pela autoridade máxima do Escritório de Segurança da
CIA, Inoue Sato, informando-os de que o problema é bem maior do que eles acreditam.
O livro é narrado em terceira pessoa, dividido em capítulos
onde normalmente se alterna os capítulos entre as personagens. Um capítulo
narra o que está acontecendo com Langdon, o próximo o que está acontecendo com
o vilão, no próximo fala-se de Katherine, no seguinte volta para Langdon e
assim sucessivamente.
A história tem uma narrativa bastante eletrizante e rápida,
com frases e períodos curtos. Não existe aprofundamento psicológico das
personagens, por isso eu acredito que o livro seja recomendado para pessoas que
queiram uma leitura de entretenimento. Não é um livro que vai mudar a vida de
quem ler e nem vai fazer refletir durante dias sobre a questão trabalhada, mas
é um bom livro para se ter em uma viagem ou em um dia de descanso.
Ah! A personagem que estava sendo a minha favorita morreu!
Não que ela tivesse algo muito especial, mas é o tipo de personagem que eu
gosto. E o Dan Brown é um autor que me deixa muito ansiosa com as suas
histórias, porque ele termina um capítulo cheio de ação e começa um outro sem
ação nenhuma, isso me deixa nervosa.
Eu acho muito legal ele trabalhar com essa questão dos
códigos/símbolos e das histórias das culturas, deve dar um trabalhão para
pesquisar tudo isso. Embora, depois de ter lido Umberto Eco, nenhum esforço de
pesquisa me surpreenda mais (vide O Pêndulo de Foucault).
Eu me lembro de ter gostado muito dos livros anteriores de
Dan Brown, com exceção de um (não me lembro qual), mas isso já faz mais ou
menos 10 anos! Então, não tenho memória suficiente para lembrar o que eu
gostei.
Daqui pra frente pode haver spoilers! (Fonte da imagem) |
Algumas marcações que fiz durante a leitura:
·
Gostei da frase: “Os avanços de cada geração são
desmentidos pela tecnologia da geração seguinte. Assim havia sido por muitos
séculos. Quanto mais o homem aprendia, mais se dava conta de sua ignorância.”
·
Sobre a personagem Sato: porque raios ela liga
se ela já está no local?! Além disso, ela é descrita como o satã em pessoa, mas
não é muito amedrontadora ao longo da história. Outra coisa que me deixou um
pouquinho curiosa foi o fato de ela aparecer sem apoio e com um pouco de
mistério a respeito de quem a havia mandado, mas acho que isso se esclarece ao
longo da história...
·
Para exemplificar/explicar o que está pensando,
Langdon lembra-se de uma aula dada em Harvard, onde os alunos fazem perguntas
sobre o assunto da maçonaria. Achei que as perguntas que os estudantes fizeram foram
bobas e fica claro que foram escritas apenas para tentar explicar os símbolos e
os rituais da maçonaria que estavam em questão nesta parte da história.
·
Quando o vilão fala com Langdon pelo telefone,
ele fala demais para um vilão ameaçador, mas como ele é um maníaco-fanático
isso pode ser aceito.
·
Em nenhum momento Langdon questiona Sato sobre o
porquê de ele ter que ficar com ela o tempo todo, ele é obrigado a ser
consultor de graça? Acho que não.
·
No capítulo 40 (pg. 169) eu pensei: minha nossa,
quantas coisas mais vão acontecer nesse livro? Pois já havia acontecido muitas
coisas e muito mais coisas aconteceram depois.
·
Legal a história do talismã. Talismã deriva do
grego télesma, que significa
“completude”, ou seja, talismã seria aquilo que completa alguma coisa, a parte
que falta.
·
Como em outros livros de Dan Brown, eu achava
que neste livro o vilão estaria sendo manipulado, mas na verdade ele ficou
maluco por causa de suas leituras e porque deveria ter uma doença mental mesmo.
·
Segundo o livro a origem da palavra sacrifício
seria Sacrum (sagrado) unido à Fício (fazer), ou seja, fazer-se sagrado.
·
No livro ele fala sobre uma Tabela Planetária
das Horas... Procurei a referência, mas não encontrei.
·
Gostei dessa fala: “Existe mesmo? Será que ainda
não estamos vivendo na Idade das Trevas e fazendo pouco das forças “místicas”
que não podemos ver nem compreender? Se a história nos ensinou alguma coisa,
foi que as estranhas ideias que hoje ridicularizamos um dia serão verdades celebradas.
Eu afirmo que posso transformar esta pirâmide com um toque, e o senhor
questiona a minha sanidade. Eu esperaria mais de um historiador. A história
está cheia de grandes mentes que proclamaram a mesma coisa... grandes mentes
que insistiram, sem exceção, que o homem possui habilidades místicas das quais
não tem consciência.” Realmente, Langdon sem noção, naquela altura da história
ficar duvidando das coisas.
·
Ok, não tinha nada de místico no que ele fez a
seguir, mas... Não muda o fato de eu ter gostado da fala.
· Achei meio besta a ideia de tirar o sangue de
Katherine aos poucos até ela finalmente morrer... Bem ao estilo “vilões que
ficam falando ao invés de matar e acabam dando tempo para o herói escapar e
virar o jogo”.
·
Quando Katherine finalmente encontra Peter é
narrado o que deveria ser uma cena desesperadora, emocionante e triste, mas eu
não senti nada disso, foi uma narrativa rápida e superficial.
·
Na página 468 eu já não aguentava mais ler o
bendito livro, o vilão já havia sido pego, o sujeito resgatado e todos viveriam
felizes para sempre, que mais poderia acontecer?
·
Na página 483 eu achei que estava lendo um livro
de auto-ajuda.
·
Gostei da frase: “Se nossos ancestrais pudessem
nos ver hoje, com certeza nos considerariam deuses.”