Primeira parte: Quando o amor chega - 1ª parte
Segunda parte: Quando o amor chega - 2ª parte
Cinco meses se passaram e a irmã de Renata voltaria para o trabalho. Renata não sabia como se sentir, sabia que a lanchonete não podia continuar com sua contratação, e sabia que jamais veria Mateus em outras ocasiões senão ali. Todo esse tempo passou e ela ainda não havia tido coragem de dizer o que sentia, cada dia ficava mais forte, mais incontrolável e impossível de dissimular. A idéia de entregar um bilhete não atraía tanto agora. A reação que ele teria a assustava, mesmo sem saber como seria. Se ele correspondesse tudo ficaria maravilhoso, mas se ele a rejeitasse, ela teria que ir embora, sem emprego, sem amor e com o coração partido.
Mas ela não podia sair sem saber como seria. Escreveu o que sentia e pretendia entregar naquele dia à tarde. Foi uma preparação intensa, ficou um mês escrevendo e corrigindo, imaginando sua reação e modificando o texto, planejando cada detalhe para que nada saísse errado.
Ela entraria em sua sala para assinar a recisão do contrato, e diria que precisava que ele soubesse de uma coisa que estava prendendo seu coração, entregaria o texto, e esperaria a reação dele... Talvez não fosse um plano tão bom, talvez fosse melhor olhar pra ele e falar, mas ela sabia que não conseguiria dizer nada.
A hora havia chegado, deu uma última olhada no texto, para conferir se tudo estava direito:
Mateus, eu tentei evitar, tentei me convencer de que isso é um engano, me convencer de que você não era pra mim, ou de que eu não era pra você, mas... Nossa combinação é inegável! E eu não consigo mais ficar perto de você sem me sentir perdidamente atraída.
Não era pra acontecer, mas aconteceu. Penso em você todo o tempo, sinto a sua falta como louca... Só gostaria que você soubesse disso, porque eu não quero passar a vida imaginando que poderia ter vivido ao seu lado.
Quando você não está por perto e o telefone toca eu rezo pra ser você, só pra escutar a sua voz, quando chega alguém eu olho na esperança de ver você, quando recebo e-mails, torço tanto pra que seja seu...Dizendo qualquer coisa, só pra eu sentir que você se importa.
E quando estou com você... Nem consigo me concentrar, porque fico imaginando como seria se você soubesse... Quando você me olha eu gostaria que todas as pessoas ao redor pudessem congelar, pra eu poder curtir esse momento sozinha com você.
Me desculpe acabar com nossa amizade assim, mas eu não posso fingir que sinto apenas amizade, se quando te olho eu imagino como seria bom ser sua e poder expressar aos quatro ventos tudo o que sinto por você.
Talvez um pouco exagerado, mas não era mais do que o seu amor. Entrou na sala e lá estava ele, de pé na frente da mesa, revendo o contrato.
- Renata...
- Oi.
Ela sentia como se a sala estivesse cheia de uma emoção não demonstrada, e tinha certeza de que ele sentia o mesmo, só lhe faltava agora a coragem de lhe entregar o texto.
- Renata, este é o seu contrato, se puder sentar, dar uma olhada, você assina nesta linha. Olha, eu sinto muito você ter que ir... Eu gostaria de poder fazer alguma coisa por você, mas eu não pude. Sinto muito.
Enquanto ele falava, ela assinava e tirava o texto do bolso, porém, antes de entregar, alguém entrou na sala comunicando que a empresa de consultoria havia chegado e esperavam para falar com ele.
- Então, é isso. Eu... Espero que dê tudo certo.
Ela levantou-se e eles não sabiam nem ao menos como se despedir. Um aperto de mãos, um abraço ou nada... Optaram por um aperto de mãos. Ela virou-se para sair, mas percebeu que não podia deixar aquilo assim.
- Mateus, eu... Sei que há pessoas esperando você, mas eu preciso te dizer...
Quando olhou para ele, no entanto, tudo foi esquecido. Ela estendeu o papel com o texto, mas quando ele se aproximou, não pegou o papel. Simplesmente envolveu sua cintura enquanto lhe beijava com o carinho e emoção represadas todo esse tempo.
Neste instante, o mundo deixava de existir para os dois, não estavam mais naquela sala, estavam em local algum. Só sabiam sentir e respirar. E quando o beijo acabou, eles se olharam, cada um a seu modo, entendendo que à sua frente estava a pessoa que complementava seu próprio ser, e que o tempo esperado agora não era nada, porque finalmente estava acontecendo, e era atemporal.
Abraçaram-se com uma felicidade tranqüilizante, que dispensava as palavras. Mas, de repente, eles voltaram ao mundo e lembraram-se de que alguém estava esperando. Eles se olharam e riram.
- Você me espera?
- Sempre.
Eles beijaram-se novamente, e ao sair da sala Renata guardou o texto no bolso novamente. Riu para si ao lembrar de todo o nervosismo que havia passado. Mas não se arrependia, porque sairia dali, finalmente, completa.
adoreeeeei Lidi, quando saai o outro ? hihi
ResponderExcluirbotei fé, hein ! ;m :D
beeijos, Ví.
Confesso que comecei a ler a última parte com mto medo. Temia que para ser autêntica inventasse um final trágico ou sei lá o que, que alguns costumam fazer para que os romances não sejam tão românticos, cliches. Ainda qnd vejo filmes ou histórias assim me pergunto quem vê ficção, é para ver ficção, pra quê ser realista nos finais trágicos, custa ser simplesmente "felizes para sempre"?
ResponderExcluirEntão amei, e terminei a leitura com alegria, não torci pelos personagens para me decepcionar no final, é bom saber q o amor tem final feliz, mesmo que seja só nas nossas fantasias. Ou não, depende de cada um.
O comentário q era pra ser um simples gostei mto quase virou outro post, hehehe.
Parabéns Lidi...
ResponderExcluirMuito bom...
Continue, mas não esqueça de guardar outras estórias/histórias para um livro.
bjo
Muitíssimo obrigada a todos! Vocês são minha motivação, obrigada.
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